sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O LIVRO DIGITAL... E AS POLÊMICAS

A tecnologia móvel tende a diminuir a produção de livros, que serão substituídos por e-readers, como o iPad e o Klinde, que já conhecemos. É o que dizem os teóricos sobre o futuro do livro impresso. A leitura não cessará, mas haverá outras plataformas para a transmissão do conhecimento por escrito, e adaptadas a novas necessidades. Ainda que muitos prevejam a "morte anunciada" do papel, a Bienal Internacional do Livro entende que apreender essas novas tecnologias e inseri-las no contexto do mercado editorial é importante para que não haja perdas nem para os editores, nem para os leitores. Esse é o motivo do Fórum Internacional do Livro Digital, que precede a feira literária de São Paulo e está atrelado à sua programação oficial. Ele acontece nos dias 10 e 11 de agosto no auditório Elis Regina, no Parque Anhembi.

A primeira palestra será do americano Mike Shatzkin, fundador e CEO da The Idea Logical Company, expert em toda cadeia produtiva do livro (redação, edição, agenciamento, venda, marketing, produção e gestão). No blog The Shatzkin Files, ele publica textos sobre o impacto da mudança digital no mercado de livros. No segundo dia, o britânico John B. Thompson falará sobre a transformação da indústria editorial do livro. Ele é autor de Books in the Digital Age (Livros na Era Digital ainda não traduzido para o português) e professor de sociologia da Universidade de Cambridge, na Inglaterra. Thompson pesquisa a sociologia da mídia e da cultura moderna, a organização social das indústrias da mídia e o impacto social e político de tecnologias de informação e comunicação. Para fechar o fórum, o convidado é Jean Paul Jacob, engenheiro eletrônico brasileiro que profetizou o fim do livro, a exemplo do que já havia feito na década de 1980, quando decretou o fim do vinil diante do aparecimento de CDs e DVDs. É pesquisador emérito da IBM e cientista consultor residente na Universidade da Califórnia, em Berkeley, nos Estados Unidos.


iPad, um dos e-readers que os visitantes poderão manipular na Bienal do LivroNa Bienal propriamente dita, a tecnologia e cultura digitais estarão presentes em debates e no espaço digital da Impresa Oficial do Estado de São Paulo. Lá, os visitantes poderão manipular cerca de 50 equipamentos de leitura digital e de navegação pela Internet, os e-readers. O estande terá conexão wi-fi e o acesso será livre, sem restrição de tempo. Além dos livros da Imprensa Oficial, será possível consultar títulos de outras editoras. Entre as atividades culturais, três mesas abordarão a produção literária no ambiente digital e o próprio livro virtual. No dia 19, às 15h, a mesa "Diversão virtual" terá Angela-Lago e Marisa Lajolo em debate sobre futuro do livro infantil na era digital. No mesmo dia, às 19h, "Literatura em miniatura" traz escritores experimentais que conversarão sobre o microconto e do impacto de blogs e Twitter sobre a ficção contemporânea (com Marcelino Freire, Fabrício Carpinejar, Verônica Stigger e Michel Laub). No dia 21, às 13h, o tema é "O romance fora da página", em que Ana Maria Machado (autora infanto-juvenil), Moacyr Scliar (autor de romances inspirados na Bíblia) e Contardo Calligaris (psicanalista que mergulhou na ficção) discutem para onde vai a subjetividade do escritor e do leitor.

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